Audiência pública da Comissão de Direitos Humanos debate reenquadramento das professoras ADIs


Audiência pública da Comissão de Direitos Humanos debate reenquadramento das professoras ADIs
Por José Afonso da Silva
A audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, realizada nesta sexta-feira, dia 24 de fevereiro, debateu a constitucionalidade do reenquadramento das professoras ADIs (Auxiliar de Desenvolvimento Infantil) de Taboão da Serra no Estatuto do Magistério.
A audiência pública contou com a presença de vereadores, sindicatos e, obviamente de dezenas de ADIs, além da presença dos munícipes que prestigiaram o evento.
Participaram também a Dr. Eliana Lucia Ferreira, advogada das professoras ADIs, e o Dr. Cesar Pimentel, coordenador do departamento jurídico da Apeoesp.
Ambos fizeram uma longa explanação sobre os aspectos jurídicos, no que tange ao reconhecimento das profissionais de educação que atuam em creches e EMIs e como a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 e os diversos pareceres do Conselho Nacional de Educação.
Não foram poucos os exemplos citados de municípios que após muita luta das profissionais do ensino infantil, seja pelo reconhecimento de seus respectivos prefeitos ou por ações judiciais, conquistaram o re-enquadramento no estatuto do magistério.
As duas explanações que se complementaram entre si, foram esclacedoras e comprovaram a constitucionalidade da reivindicação das professoras ADIs, assim como uma avaliação geral de que as coisas não avançam pela postura (podemos chamar de má vontade), do prefeito Evilásio Farias e de seu secretário José Marcos, que ao invés de fazer o debate sério, franco e aberto,  fogem desta discussão.
Isso explica a ausência do secretário de educação na audiência pública. A informação dada para justificar sua falta foi de que o mesmo estaria em outro compromisso.  Se aceitamos essa resposta, somos obrigados a fazer algumas perguntas: Por quê não se fez representar por um assessor? Por quê não participou de nenhuma audiência pública convocada até agora?
Lamentavelmente, esse governo só participa de atividades em que não ouçam questionamentos e os holofotes estejam voltados somente para eles. Veremos nas próximas semanas todo o “staff” do prefeito acompanhado de seu candidato a prefeito durante a distribuição dos uniformes e materiais escolares. Vale lembrar que de acordo com a informação de várias professoras, esse material já e se encontra disponível nas escolas, mas não foi distribuído ainda às crianças por problema de agenda do prefeito. Absurdo!
O que transparece aqui é o caráter autoritário deste governo que se recusa a conversar de forma adequada com o funcionalismo e quando o faz não cumpre. Foi assim com os trabalhadores da Usina e com os guardas municipais.
A comissão formada em outubro do ano passado entre membros das professoras ADIs e do governo foi só pra inglês ver, já que após a protocolização das propostas da Comissão de ADIs não houve nenhuma devolutiva da secretaria.
Ao invés disso, fomos informados que há um projeto do governo que não atende as reivindicações da categoria. Como é prática desse governo, os projetos chegam à Câmara Municipal às 5:00 para ser votado às 18:00, sem nenhuma possibilidade de discussão prévia.
Atendendo solicitação das professoras ADIs, os vereadores presentes se comprometeram a pedir vistas do projeto pra que haja tempo de discutir e apresentar emendas necessárias para que todas sejam contempladas. Esperamos que esse compromisso seja cumprido.
2012 é um ano eleitoral e há prazos para que se possa aprovar projetos. Tudo indica que a morosidade do governo Evilásio tem a finalidade de retardar para depois argumentar a lei eleitoral o impede de encaminhar projetos a Câmara.
Por isso é importante dar mais visibilidade a luta e intensificar ações pelo re-enquadramento das ADIs no estatuto do magistério.
Por fim, foi anunciada na Audiência Pública, a formação de uma nova associação de funcionários do município marcada para o próximo dia 06 de março. A iniciativa em formar uma nova associação do funcionalismo se deve ao fato dos trabalhadores e trabalhadoras do município não se sentirem mais representados pelos sindicatos de Taboão da Serra. Haja visto o fato dos trabalhadores da Usina, da GCM e as ADIs terem se mobilizados por seus direitos sem nenhum respaldo sindical, isso quando os sindicatos estavam abertamente ao lado governo nestas lutas.

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